Memórias de Uma Cadelinha VIII - Uma Brat?

Hoje veio me uma lembrança de como eu acho que tudo começou. Faz muito tempo e de lá para cá muitas coisas mudaram. Mas o que realmente está em nossa essência permanece.
Quando descemos aos porões do nosso íntimo e aceitamos nossa natureza passamos a ver o mundo de forma diferente e única. Ficamos próximos do melhor e do pior que podemos ser e, se conseguirmos canalizar nossas descobertas e acrescentar amor e reciprocidade, nada mais nos assustará nesta vida. Por que sejamos Dom's ou submissas, ainda assim seremos plenos e agiremos como tais ante a sociedade que nos rodeia.

A Brincadeira começou após uma discussão, onde entre uma e outra frase eu disse à ela:
--- Olha, você merecia,.. merecia,... Nem sei. Mas merecia ser castigada.
--- Merecia o que? Fiquei curiosa. Retrucou ela, com seu sorriso malicioso que me fazia passar da ira ao tesão em fração de segundos.
--- Ir para o tronco e levar umas boas palmadas. É isso! Safada! Ainda tentei esbravejar, mas nem eu mesmo acreditava que ainda estava bravo.
--- Sua safada. Só sua! Disse ela enquanto alisava o volume que se formava sob o meu zípper.
Pronto. Não havia mais briga. O cheiro agridoce de tesão invadira o ambiente e nossos corpos entravam em fase recíproca de ebulição. Fizemos um amor rápido, gostoso e guloso. Nunca nos poupamos e, apesar do sentimento que reinava entre nós, o sexo era louco e quase bruto. Não sabíamos ser diferentes.
Como é certo que depois da tempestade vem a bonança, satisfeitos e em paz, baixamos a guarda, trocamos carícias e refizemos juras. Mas os olhos dela brilhavam diferente naquela noite, estavam
mais intensos.
Perguntei:
--- O que está se passando aí dentro desta cabecinha safada?
Ela meneou a cabeça, sorriu como quem não quer nada e murmurou:
--- Nada. Uma coisa que você falou e me deu tesão. Seus olhos brilharam inadvertidamente enquanto murmurava.
--- O tronco? Perguntei?
Ela sorriu e me olhou nos olhos perguntando:
--- Você seria capaz de me punir assim?
--- Olha, tem horas que fico irado, mas imaginar você sendo punida por me tirar do sério me dá um puta tesão. Não posso negar. 
--- Delícia. Retrucou ela.
--- Mas te faria esperar sem saber o momento certo onde iria por minhas mãos em você. E iria te vendar, para apenas sentir, sem ter a visão do que se passa. Teria que aguçar teus outros sentidos e estar a minha mercê, para literalmente ser punida e usada ao meu bel prazer.
E acabamos adormecendo abraçados e felizes.
Aquele assunto, sobre o tronco, com amarras e umas boas palmadas não terminaria ali. Era como a ponta de um iceberg. Ambos sabíamos disso. Nossa libido pedia aquele momento e em nossas mentes, ambos desenhávamos desfechos para a mesma cena que, com certeza viria à tona. Bastava que amadurecêssemos saborosamente aquele “castigo”.
Na verdade ela já era a minha cadelinha rebelde, apenas não sabia disso ainda, mas naquela noite eu percebi para onde nossos destinos, juntos ou não, estava se direcionando. Uma descoberta estava eclodindo nos porões de nossas almas, nas masmorras existenciais e mais primitivas que cada ser humano tem, embora muitos temam por descobrir o que de fato há lá.

Um comentário:

  1. E juntos eles iriam mergulhar profundamente em suas masmorras,percorrer seus labirintos,traçar rotas ,fazer novos atalhos e apreciar as descobertas após cada curva do caminho. Porque a vontade de explorar e saber como é lá na frente,é maior e mais envolvente,uma vez que ao ter conhecimento,que eles podem ir além,podem desfrutar muito mais de suas existências é sedutor demais para que fiquem apenas na vontade e no sonho.Então desejo de coração ,que eles façam suas descobertas e sejam felizes. Cada ser merece viver a vida como deseja,além da vida que se tem. Adooooorei,que maravilha de Conto. Admiro a forma como você escreve e passa de forma tão encantadora os sonhos,desejos e realidades ,entremeando um com o outro,numa sinfonia sensual. Belas imagens como sempre. beijo gostoso (In)

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